O que realmente aconteceu na noite de quarta-feira, 12, entre as 19h e as 22h30, no sistema elétrico da EMEFM “Mário Borelli Thomaz”, cuja revitalização foi entregue à população 48 antes? Será que a tal administração técnica pode ser mesmo a marca do governo Rômulo Rippa?
Quais foram as causas do blecaute que atingiu as instalações da Escola de Comércio que obrigou a comunidade fazer uma retirada em massa do local? Será que os R$ 2,5 milhões gastos da reforma total não foram suficientes para fazer a substituição dos equipamentos elétricos?
As respostas só podem ser dadas por especialistas no assunto. Segundo um engenheiro consultado pelo site PFHJ, a falta de energia e o apagão podem acontecer de forma imprevisível, porém neste caso, da EMEFM “Mário Borelli Thomaz”, os responsáveis pela obra tinham (ou deveriam ter)conhecimento desses riscos.
O profissional foi o primeiro a fazer um raio-x do sistema da escola antes da reforma, no tocante à distribuição de energia elétrica. Dispensado da equipe técnica ainda no início por causar certo incômodo ao efetuar questionamentos junto à empresa responsável pela realização do serviço, não poupou críticas negativas sobre a qualidade dos produtos e valores atribuídos.
“Quando percebi que algo não estava em conformidade técnica, de acordo com a NBR-5410, norma que abrange questões de segurança e proteção das instalações elétricas em geral, eu tirei meu time de campo”, contou à reportagem. Por divergir, a empresa atrasou o pagamento dos serviços que foram prestados.
Em sua opinião, o motivo de seu afastamento se deu por exigir que a renovação dos circuitos elétricos fosse realizada com materiais certificados pelo Inmetro. Os que foram instalados, segundo ele, são de qualidade inferior.
“O prefeito vai lá, gasta a maior grana, se compromete, assina Termo de Ajuste de Conduta e coisa e tal, depois chama alguém para fazer um projeto básico, abre uma licitação, com preço de produtos com qualidade e selo do Inmetro, e um camarada ganha essa licitação e paga para um terceiro fazer o serviço com o material mais barato e bem inferior quanto a qualidade em comparação aos que existem no mercado”, disparou ele, que é engenheiro elétrico e empresário do setor.
Ao final da conversa, o engenheiro apresentou uma série de questões que merecem ser esclarecidas pela empresa Flex, responsável técnica, e pela administração municipal, que é solidária na execução do projeto:
a) Se faz uma reforma elétrica e dou por concluída, sabendo que haverá aumento de carga e a ligação antiga não supre mais a necessidade, por que a energia ainda está ligada em um padrão Categoria 3 – Trifásico de 100 Amperes? Será que o transformador adquirido não daria conta de suprir a carga consumida? Será que tem Anotação de Responsabilidade Técnica para cada projeto ou emitiram apenas uma para abranger a todos?
b) Se foi uma simples queda de energia, não era só rearmar os disjuntores e ajustar os supressores de surto?
c) Há dispositivo Diferencial Residual instalado? Foram instalados os Dispositivos de Proteção contra Surtos?
d) Ao admitirem trocar e substituir os equipamentos que são novos, os responsáveis confessam haver erros de projeto ou foi "economia" na instalação?
e) Quando um quadro de energia entra em curto circuito e surge fogo no quadro de energia, danificando circuitos adjacentes, o erro não é o padrão de entrada (sendo de média, baixa ou alta tensão) e sim a carga utilizada e ou mal dimensionada. Por que a Prefeitura divulgou uma nota omitindo o real motivo do apagão?
Ao contrário do que pensa o prefeito Rômulo Rippa, a revitalização da Escola de Comércio resultou em algo benéfico: a união de pais e responsáveis que exigiram perante a sociedade uma atitude do poder público em virtude da situação precária que vivia a infraestrutura daquele equipamento público.
Foto – extraída do site oficial da Prefeitura