O Partido Social Democrático (PSD), liderado pelo presidente Gilberto Kassab, tem se consolidado como um dos maiores exemplos de camaleonismo político no Brasil. Com uma atuação marcada pela flexibilidade ideológica, a legenda se reposiciona conforme o governo de plantão, sempre com o objetivo de assegurar cargos, verbas e influência – pouco importando se a aliança é lícita ou ilícita, moral ou imoral.
Fundado em 2011, o PSD surgiu com um discurso de "centro reformista", mas, na prática, sua estratégia tem sido clara: estar sempre ao lado do poder. Seja no governo de Dilma Rousseff (PT), Michel Temer (MDB), Jair Bolsonaro (PL) ou Luiz Inácio Lula da Silva (PT) novamente, o partido de Kassab se adapta como um camaleão, mudando de cor conforme a conveniência.
Do PT a Bolsonaro: o Jogo das Alianças – durante os governos petistas, o PSD foi um aliado moderado, ocupando pastas e cargos estratégicos. Com o impeachment de Dilma e a ascensão de Michel Temer, Kassab rapidamente migrou para o apoio ao então presidente, garantindo espaço em ministérios e indicações.
A maior guinada, no entanto, ocorreu em 2018, com a vitória de Jair Bolsonaro. Mesmo com um discurso inicialmente crítico ao bolsonarismo, o PSD logo se aproximou do governo, elegendo aliados para cargos-chave e apoiando medidas polêmicas em troca de benefícios. Agora, com Lula de volta ao Planalto, o partido novamente se reposicionou, integrando a base governista e negociando espaço no Executivo.
Há Governo, Sou a Favor – a máxima que parece guiar o PSD é simples: *"Há governo, sou a favor – desde que meus interesses sejam atendidos"*. A estratégia não é nova na política brasileira, mas o partido de Kassab a elevou a um patamar profissional.
— "O PSD não tem ideologia, tem interesse. E o interesse é sempre estar onde o dinheiro e o poder estão", afirma o cientista político Carlos Melo, professor do Insper. "É um partido que não constrói projeto de país, apenas um projeto de perpetuação no poder."
Denúncias e Polêmicas – a atuação do PSD já rendeu investigações. Em 2023, o partido foi citado em esquemas de tráfico de influência e distribuição de cargos em troca de apoio político. Em um dos casos, um aliado de Kassab foi gravado dizendo: "A gente não escolhe lado, a gente escolhe orçamento."
Apesar das suspeitas, o PSD segue forte, usando sua influência para blindar aliados e assegurar espaço nos governos. Enquanto isso, Kassab mantém o discurso de "moderação" e "governabilidade", mas a prática mostra que, para o partido, o que vale é a lei do mais forte – ou, melhor dizendo, do mais próximo do poder.
O Futuro do Camaleão – com as eleições municipais se aproximando em 2024, o PSD já negocia alianças em todo o país, sem qualquer critério ideológico. O objetivo? Continuar relevante, não importa quem esteja no comando.
Enquanto a política brasileira oscila entre extremos, o PSD segue sua trajetória pragmática, provando que, no jogo do poder, *princípios são negociáveis – desde que o preço seja certo*.
*Fontes: www.folha.uol.com.br – www.estadao.com.br – www.gazetadopovo.com.br