Com investimento de R$ 150 milhões, governo lança contratos de opção de venda para até 110 mil toneladas e garante preço 15% acima do mínimo; medida busca conter queda de 41% nos preços e amenizar prejuízos dos arrozeiros
O Governo Federal através da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) anunciou ontem, terça-feira (15/07), a abertura de contratos de opção de venda para a compra de até 110 mil toneladas de arroz, com aporte de R$ 150 milhões.
A iniciativa do governo federal visa proteger os produtores diante da forte retração dos preços no mercado interno — que acumula queda de 41% em julho na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo o indicador Cepea/Irga-RS.
A medida, construída em diálogo com o setor arrozeiro, permitirá que os produtores vendam o grão à Conab por um preço 15% superior ao mínimo oficial de R$ 63,64, atingindo R$ 73,00 por saca de 50 quilos para quem optar por negociar em agosto. Haverá também janelas para adesão em setembro e outubro, com valores ajustados.
Segundo Edegar Pretto, presidente da Conab, os leilões serão realizados de forma escalonada, com possibilidade de revisão em cada etapa. A expectativa é de que a medida tenha impacto especialmente positivo na fronteira oeste do Rio Grande do Sul, onde os preços pagos aos produtores estão mais pressionados.
Para Denis Dias Nunes, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), a ação do governo ameniza uma crise severa. Apesar do alívio pontual, Nunes alerta para a possibilidade de redução da área plantada na safra 2025/2026, como reflexo dos baixos preços. O Rio Grande do Sul, maior produtor nacional, plantou mais de 970 mil hectares na safra 2024/2025, um crescimento de 7,8% frente ao ciclo anterior.
A diretora executiva da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), Andressa Silva, elogiou a sensibilidade do governo em liberar recursos e instrumentos de apoio. No entanto, destacou que o setor enfrenta desafios estruturais.
A medida representa, segundo os representantes do setor, um fôlego necessário diante de uma conjuntura difícil e reforça a importância do arroz na segurança alimentar e na economia agrícola do país.
*Fonte: Agro estadão