Petista pediu fim do tarifaço de 40% sobre produtos brasileiros e sanções a autoridades; presidentes planejam encontro presencial, diz Planalto
Em uma conversa telefônica de aproximadamente 30 minutos realizada nesta segunda-feira (6), os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump, dos Estados Unidos, trocaram impressões sobre a relação bilateral entre os países e concordaram em avançar no diálogo diplomático. Segundo nota divulgada pelo Palácio do Planalto, os líderes “relembraram a boa química” estabelecida durante breve encontro na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, no fim de setembro.
Durante a ligação, Lula solicitou a Trump a retirada da sobretaxa de 40% imposta a produtos brasileiros nos Estados Unidos, além do fim das sanções aplicadas a autoridades brasileiras, entre elas o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e sua esposa, sancionados sob a Lei Magnitsky. O petista destacou que, somadas a outras tarifas, a taxação chega a até 50% em alguns casos.
“Solicitei ao presidente Trump a retirada da sobretaxa de 40% imposta a produtos nacionais e das medidas restritivas aplicadas contra autoridades brasileiras”, escreveu Lula em uma rede social. Ele também ressaltou que o Brasil é um dos três países do G20 com os quais os EUA mantêm superávit na balança de bens e serviços.
O presidente norte-americano teria designado o secretário de Estado Marco Rubio para continuar as negociações com o vice-presidente Geraldo Alckmin, o ministro das Relações Exteriores Mauro Vieira e o ministro da Fazenda Fernando Haddad.
Ainda segundo o Planalto, os dois presidentes trocaram contatos diretos e planejam um encontro presencial em breve, embora o local e a data ainda não tenham sido definidos.
A ligação sinaliza uma tentativa de reaproximação entre os governos brasileiro e norte-americano, em meio a uma relação marcada recentemente por medidas restritivas e divergências políticas. Lula classificou o contato como uma “oportunidade para a restauração das relações amigáveis de 201 anos entre as duas maiores democracias do Ocidente”.
Fonte: g1