Presidente Julio Casares diz que clube foi prejudicado no Choque-Rei, critica arbitragem, pede mudanças à CBF e sugere “desafio de VAR” no futebol brasileiro
O presidente do São Paulo, Julio Casares, se manifestou novamente nesta segunda-feira (6) sobre a polêmica arbitragem no clássico contra o Palmeiras, realizado no último domingo (5), pelo Campeonato Brasileiro. Em vídeo divulgado nas redes sociais do clube, o mandatário afirmou que o Tricolor foi “severamente prejudicado” pela atuação do árbitro Ramon Abatti Abel e pela conduta do VAR, comandado por Ilbert Estevam da Silva.
Casares cobrou da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) a divulgação dos áudios entre o árbitro de campo e a cabine do VAR, mesmo que os lances não tenham sido revisados oficialmente o que, segundo o protocolo atual da entidade, impede a liberação desses registros. Para o presidente são-paulino, é hora de abrir uma exceção.
“Existe um protocolo de não ceder os áudios quando o VAR não chama o árbitro de campo para o monitor. Presidente, vamos quebrar o protocolo. Precisamos do áudio para imaginar o que aconteceu, se houve ou que tipo de diálogo aconteceu entre a cabine do VAR e o árbitro de campo. Não é só o São Paulo, é o futebol brasileiro quem quer saber desse áudio”, declarou.
Casares classificou os acontecimentos do Choque-Rei como “lamentáveis” e afirmou que a arbitragem brasileira “chegou ao fundo do poço”. Ele ainda mencionou dois momentos específicos em que, segundo ele, o São Paulo foi prejudicado: um possível pênalti não marcado e a ausência de expulsão de um jogador palmeirense, em lance semelhante ao que resultou na exclusão de Emiliano Rigoni em partida anterior do Tricolor.
A CBF já anunciou o afastamento temporário de Ramon Abatti Abel e Ilbert Estevam da Silva, o que foi considerado um passo correto por Casares, mas insuficiente. O dirigente também aproveitou para apresentar duas sugestões à entidade máxima do futebol brasileiro.
A primeira proposta é a criação de um sistema de “desafios do VAR”, semelhante ao que já existe em outras modalidades esportivas, como o vôlei. A ideia é permitir que cada técnico possa solicitar a revisão de lances duvidosos, até duas vezes por partida.
A segunda sugestão envolve maior transparência: que os áudios das conversas entre árbitros e VAR sejam anexados automaticamente às súmulas dos jogos, disponíveis publicamente.
“Vamos mostrar que esse áudio é o começo de uma mudança. (…) Agora é o momento de virar a página na arbitragem”, concluiu Casares, dirigindo-se diretamente ao presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, e ao chefe da Comissão de Arbitragem, Rodrigo Cintra.
A pressão do São Paulo por mudanças e transparência na arbitragem reacende um debate antigo no futebol brasileiro e aumenta a cobrança por reformulações no uso da tecnologia nos gramados do país.
Fonte: cnnbrasil