O Brasil e o mundo seguem acompanhando com preocupação e solidariedade a catástrofe que atinge o Rio Grande do Sul que, após receber um volume excepcional de chuvas em poucos dias, sofre com o maior e mais devastador episódio de inundações do estado.
As chuvas que têm se concentrado no estado gaúcho são consequência da permanência de um padrão de bloqueio atmosférico que se instalou no Brasil Central há dias, não permitindo o avanço dos sistemas frontais para norte, retendo todas as instabilidades no Sul, além de canalizar o transporte de umidade da região amazônica para o estado gaúcho, alimentando ainda mais os sistemas convectivos.
Em contrapartida, esse padrão de bloqueio é responsável por uma duradoura onda de calor que persiste nos estados do Centro-Oeste e Sudeste, onde diversas cidades têm registrado recordes de temperaturas para o mês de maio, um calor muito além do esperado para esse período. Calor que está acompanhado por valores muito baixos de umidade relativa e nenhuma precipitação significativa, agravando o quadro de seca nessas regiões.
Até quando o padrão de bloqueio atmosférico irá persistir?
Após dias sem nenhuma perspectiva de quebra desse padrão de bloqueio atmosférico, os modelos de previsão do tempo finalmente passaram a indicar uma possível mudança no panorama sinótico sobre o Centro-Sul do Brasil, ainda que fraca, a partir da próxima semana, por volta do dia 14 de maio.
Porém, esse panorama de mudança de padrão tem oscilado bastante a cada nova rodada do modelo, sendo que em rodadas de 2 dias atrás já tiveram previsões da quebra do bloqueio definitiva a partir do dia 14 e, atualmente, nas últimas rodadas, essa quebra já não aparece mais nessa próxima semana, mostrando somente uma fraca desintensificação em parte do Centro-Oeste e do Sudeste.
Essa pequena desintensificação ocorrerá após a passagem de um cavado em médios níveis da atmosfera sobre o extremo sul do Brasil, fazendo com que a crista que mantém o bloqueio atmosférico perca um pouco de forma e se desloque levemente para leste. Esse cavado contribuirá para o avanço de uma frente fria que se formará no Sul, mas que também avançará no leste dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo.
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*Fonte: www.tempo.com
