Vacinação é reforçada na cidade após confirmação do caso; população deve buscar imunização
A confirmação de que um sagui encontrado morto em julho no campus da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto, teve morte causada pela febre amarela acionou o alerta epidemiológico na região. O resultado, divulgado nesta semana pelo Instituto Adolfo Lutz, levou a universidade e a prefeitura a intensificarem urgentemente as campanhas de vacinação para proteger a população.
Como medida de resposta imediata, a Unidade Básica de Saúde (UBS) da USP iniciou, nesta quarta-feira (3), a aplicação da vacina contra a febre amarela. O posto funcionará de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 16h, para atender a comunidade universitária e visitantes. A diretora da Vigilância Epidemiológica, Luzia Márcia Ramanholi Passos, destacou que o objetivo é garantir que toda a comunidade do campus esteja devidamente imunizada.
A orientação das autoridades de saúde, no entanto, vai além dos muros da universidade. O secretário municipal de Saúde, Maurício Godinho, reforçou que todas as pessoas, independentemente de morarem ou não perto da USP, podem e devem se vacinar. A imunização está disponível em qualquer uma das 47 salas de vacinação espalhadas pela cidade.
Este não é um caso isolado. O vírus da febre amarela silvestre já circula na região desde o final do ano passado. Um plano emergencial de prevenção foi ativado em 2 de janeiro, após a confirmação da doença em macacos bugios no campus. Até o momento, oito bugios e três saguis já foram confirmados com febre amarela na cidade, servindo como um alarme natural – os macacos são as primeiras vítimas do vírus e funcionam como “sentinelas” que indicam a presença da doença na mata.
É crucial que a população compreenda os riscos e as formas de transmissão. A febre ambre amarela silvestre é transmitida pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes, de hábitos silvestres. O grande temor é que o vírus, encontrado em áreas de mata, seja introduzido em áreas urbanas através do mosquito Aedes aegypti, o mesmo da dengue, zika e chikungunya. Se isso ocorrer, o risco de transmissão em larga escala entre humanos aumenta significativamente.
É fundamental desfazer um mito perigoso: os macacos NÃO transmitem a febre amarela para humanos. Eles são vítimas da doença, assim como nós. A morte desses animais é um sinal de que o vírus está presente no ambiente e de que os mosquitos que o carregam estão ativos. Matar macacos é um crime ambiental grave e não protege ninguém da doença; pelo contrário, elimina os principais alertas que temos.
Embora Ribeirão Preto não registre casos de febre amarela em humanos, a situação exige vigilância máxima. A vacina é segura, eficaz e a única forma de prevenção. Quem nunca foi vacinado ou não tem certeza sobre seu histórico de imunização deve procurar uma unidade de saúde imediatamente.
A proteção individual é o primeiro e mais importante passo para evitar que a febre amarela silvestre se torne uma ameaça urbana. A hora de se vacinar é agora.
Fonte: G1 Ribeirão Preto